Com reviravoltas e comprovação genética, Bocal de Ouro define seus vencedores
Uma disputa de várias faces foi o que se viu nestes quatro dias de competição no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, no Bocal de Ouro. Reviravoltas na fase final das Fêmeas, consistência e força genética na categoria Machos e um protocolo diferente do que costumávamos ver em uma final de inéditos, em razão dos cuidados que o momento exige. Neste cenário diverso, que apesar de tudo não tirou a emoção da seletiva, Balisa III do Itapororó e Santa Alice Posteiro se consagraram como os grandes campeões da primeira semifinal brasileira do ciclo do Freio de Ouro 2020.
Nas fêmeas, as oito classificadas fizeram média acima dos 20 pontos. No entanto, na ponta, Balisa III do Itapororó literalmente escalou até a primeira colocação no decorrer nas etapas funcionais. A fêmea terminou a primeira fase na 7ª posição e foi crescendo até ser anunciada como a Bocal de Ouro após a última corrida de paleteada. Balisa, que já carregava o título de terceira Melhor Fêmea na Morfologia da Expointer em 2017, agora mostrou sua aptidão funcional. “É uma égua muito importante, extremamente mansa e bem domada. É uma égua que tem tudo para acrescentar para frente. Estou há um ano com ela, mas sempre gostei dela, planejando com paciência para poder colher este fruto”, observa o ginete responsável por conduzir a campeã, Fábio Teixeira da Silveira.
Médias altas também foram obtidas na categoria Machos, com cinco exemplares acima dos 20 pontos. O dono do Ouro, Santa Alice Posteiro conta com uma genética de peso: é irmão materno de Santa Alice Nublado II, atual Freio de Ouro na categoria Machos, e filho de Ganadero da Harmonia, Freio de Ouro 2006. A nota morfológica de 8.033, conquistada no primeiro dia, foi seguida de muita funcionalidade e aptidão com o gado, fazendo com que Posteiro mantivesse a liderança do início ao fim das etapas funcionais. “É muita alegria, muito cavalo bom que estamos montando. Esse cavalo já faz um tempo que está comigo, sempre se mostrou bom e demos um tempo para ele ir treinando e deu tudo certo. É um cavalo que tinha uma expectativa muito grande, fizemos um planejamento de longo prazo”, destaca o ginete Fernando Andrighetti.
Para o presidente da ABCCC, Francisco Fleck, apesar do ambiente diferente, a qualidade dos cavalos do Bocal de Ouro se manteve. “Mais uma vez nos surpreendemos positivamente pelo alto nível e não foi diferente desta vez, com animais belíssimos desde a Morfologia. Estamos no 39º ano do Freio de Ouro e este é o resultado que esta ferramenta de seleção nos trouxe. O cavalo que temos hoje é um dos cavalos mais bonitos e um dos melhores cavalos de sela do mundo selecionados por esta prova”, observa.
O julgamento
Nas placas, avaliando os concorrentes entre os dias 18 e 21 de junho, tivemos dois trios de jurados: Alexandre Pons Suñe, Jorge Aginelo Nascimento e Mário Móglia Suñe na categoria Fêmeas; e André Luiz Narciso Rosa, Ciro Manoel Canto de Freitas e Luciano Corrêa Passos na categoria Machos. O técnico supervisor da seletiva foi Ricardo Guazzelli Martins. Além disso, Gustavo Delabary, nas Fêmeas, e Fernando Andrighetti, na categoria Machos, foram escolhidos como os Ginetes Destaque do Bocal de Ouro.