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Coronavírus vai afetar o mercado de leilões de gado

Postado em: 18/03/2020

ExpoZebu de Uberaba (MG), ExpoLondrina de Londrina (PR).  Feiras tradicionais e importantes estão sendo suspensas e é inevitável: Os negócios nos leilões de gado devem ser afetados. O motivo é a pandemia do coronavírus e o risco da propagação da doença em ambientes fechados e de pouca ventilação.

Eu estive no lançamento da ExpoZebu, na semana passada, e o pessoal da ABCZ, que organiza o evento, estava bastante otimista. Era esperada uma receita global de R$ 250 milhões, 10% a mais na comparação com o ano passado. Só os leilões eram 30, e todos foram suspensos, assim como os shoppings de animais.

SAIBA MAIS

“Sem dúvida, o mercado de leilões será afetado.” Quem afirma é Lourenço Campos, proprietário da Central Leilões, de Araçatuba (SP), e que tinha pregões programados na ExpoZebu e na ExpoLondrina. Sua empresa é uma das principais do país.

Ele afirma que 4 leilões da Central foram suspensos no mês de abril. Lourenço Campos, que também atua como leiloeiro, informa que alguns remates estão sendo mudados de presenciais para virtuais.

“Temos que nos adaptar aos problemas que virão, evitando a aglomeração das pessoas. Ao mesmo tempo, os leilões virtuais já estão consolidados”, ele diz.

Assim, a agenda de maio da Central não diminuiu. “Todos os leilões serão realizados”, afirma o empresário. No total, a Central Leilões vai organizar 180 pregões neste ano.

“Os leilões e o agronegócio como um todo deverão sentir os efeitos do colonavírus, porém bem menos do que outros setores da economia”, observa José Luiz Niemeyer dos Santos, pecuarista paulista e selecionador de gado zebu há várias décadas.

Além disso, ele comandou e comanda leilões famosos de gado. José Luiz diz que os pregões de nelore realizados até agora estão indo muito bem. "O mercado é francamente comprador”, afirma.

O selecionador realiza seu leilão no dia 5 de julho próximo. Vende touros e matrizes nelore e brangus e está confiante. Tanto José Luiz como Lourenço Campos acham acertada as providências de transformar os leilões em virtuais ou a suspensão deles diante da ameaça do coronavírus. Afirmam que a propagação da doença deve ser evitada. “A coisa é séria”, diz Lourenço.