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Embrapa: apps, GPS e sensores lideram Agro 4.0 dentro da porteira

Postado em: 12/08/2020

Incluindo internet e redes sociais antes ou ‘pós´ fazendas, 84% dos produtores usa alguma ferramenta digital

A pesquisa “Tendências, desafios e oportunidades em agricultura digital no Brasil”, divulgada ontem, revelou que aplicativos de gestão (22,2%), GPS (20,4%) e sensoriamento remoto por drones ou satélites (16,3%) são as três tecnologias Agro 4.0 mais utilizadas pelo produtor brasileiro dentro da porteira.

Antes e após as fazendas, a internet para atividades gerais como comunicação e pesquisa teve o maior índice de adesão com 70,4%; já os aplicativos para informação ou comercialização da produção – redes sociais como o WhatsApp, por exemplo – alcançam 57,5% do público.

Já entre as tecnologias ligadas às práticas dentro das fazendas, aplicativos de gestão da propriedade e produção são usados por 22,2% dos produtores; GPS por 20,4%; sensoriamento remoto (como satélites, aviões e drones) por 17,5%; e sensores de campo por 16,3%.

“Não é só porque um produtor usa whatsapp ou pesquisa temas na internet, ele torna a produção ´digital`. É um contexto importante informar-se, realizar compra de insumos ou venda de produtos pelas plataformas digitais, mas agropecuária digital ocorre dentro da porteira”, disse Edson Bolfe, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador do estudo.

Os pesquisadores da Embrapa Informática AgropecuáriaSebrae e Inpe enviaram mais de 1000 questionários para 556 municípios de todo o Brasil. Do total, 870 foram respondidos, sendo 753 de forma completa por 504 agricultores de diferentes perfis e 249 empresas ou prestadores de serviços em agricultura digital.

“Ouvimos falar muito da agricultura digital mas precisamos de diagnósticos atuais, aprofundados e qualificados. O objetivo é tornar público para políticas governamentais e tomada de decisões por parte dos produtores e empresas em toda cadeia. Também queremos despertar o interesse do pequeno e do médio, já que estas tecnologias estão cada vez mais acessíveis, até gratuitas”, completou.

Entre os agricultores, 84,1% utiliza pelo menos uma tecnologia digital em seu processo produtivo e 15,9% ainda não utilizam nenhuma dessas tecnologias. Além disso, o estudo revelou que 95% dos respondentes têm interesse em receber mais informações sobre a temática de agricultura digital.

A pesquisa, realizada entre abril e junho, mostrou que as principais funções das tecnologias Agro 4.0 são a obtenção de informações e planejamento de atividades (66,1%); gestão da propriedade rural (43,3%); compra e vendas de insumos, de produtos e da produção 40,5%; planejamento do uso da terra (32,7%); e a previsão de riscos climáticos (30,2%).

Obstáculos e vantagens

Segundo o levantamento, as dificuldades dos agricultores para implantar ou melhorar o uso de agricultura digital devem-se, principalmente, ao valor do investimento (67,1%); problemas de conexão à internet (47,8%); valor para a contratação de serviços especializados (44%); e falta de conhecimento sobre as tecnologias (40,9%).

Na opinião dos pesquisados, as vantagens com o uso de sensores de campo e equipamentos digitais para os agricultores são aumento da produtividade, maior eficiência da mão de obra, maior qualidade da produção, redução do impacto ambiental e otimização no uso de insumos em geral.

Já o uso de aplicativos e serviços web possibilita melhor planejamento das atividades diárias, redução de custos e aumento do lucro, além da compra de insumos e comercialização dos produtos, inclusive com vendas diretas aos consumidores.

A maioria dos entrevistados ressaltou a necessidade cada vez maior do uso das tecnologias digitais, principalmente para a obtenção de informações e planejamento das atividades da propriedade (67,1%); gestão da propriedade rural (59,7%); mapeamento e planejamento do uso da terra (53,8%); detecção e controle de deficiências nutricionais (52%); compra e vendas de insumos, produtos e produção (52%).