Grupo de 50 chineses vem ao RS avaliar investimentos no agronegócio
GaúchaZH
Veja os segmentos de interesse do grupo de empresários
Quadro Santa Maria de Negócios, no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha). Com Amanda Boeira.
Um grupo de 50 chineses virá em maio ao Rio Grande do Sul. A comitiva visitará Santiago, município na região Central. O grupo analisa a possibilidade de fazer investimentos no local.
Empresários e políticos da cidade estiveram na China em 2018 para estreitar os laços entre os dois países. Conforme o presidente da Agência de Desenvolvimento de Santiago, Ricardo Damian, são projetos envolvendo ração e carne, segmentos de interesse desse grupo de empresários chineses. A expectativa é que o encontro de maio já resulte em contratos firmados e prazos para início de investimentos.
Coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Evandro Menezes de Carvalho conta que o método de investimento chinêsfunciona de duas formas: instalação das empresas no outro país ou compra – total ou parcialmente – de empresas já instaladas no Brasil. Esse movimento, segundo Carvalho, não é recente.
— Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil em termos de comércio exterior — lembra Carvalho.
LEIA MAIS
- Fábrica do RS eleva produção para 9 mil pares de calçados por dia, com marcas como Moleca e Vizzano
- Havan confirma abertura de loja em Santa Maria
- RS exporta para China o dobro do que vende para Argentina e EUA juntos
Os chineses visitarem diretamente o município é um sinal forte da possibilidade de investimento. A grande ambição da Agência de Desenvolvimento de Santiago, conforme Damian, é que o município possa integrar o que os chineses chamam de “Nova Rota da Seda”. O projeto criado em 2013 mira, em 50 anos, investimentos em estradas, ferrovias, portos e aeroportos, para aproximar a China dos pontos onde ela tem interesse de fazer negócios.
— Primeiramente, traça um caminho por terra, entre a Ásia e o leste Europeu, e outro por mar, para a costa da África e da Ásia, para gerar integração entre os países. Porém, o atual governo chinês acredita que é possível expandir a nova rota, chegando inclusive às Américas.
O especialista acredita que seja possível, também, que tenhamos alguma cidade brasileira fazendo parte da Nova Rota da Seda. Explica que metade dos investimentos do país na América do Sul fica no Brasil, o que nos deixa a frente das demais nações em uma provável competição. Mas reforça:
— Isso não seria algo imediato.