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MG: Projeto Integra Zebu prevê a recuperação de pastagens degradadas

Postado em: 22/02/2021

Segunda fase do projeto será a ampliação das ações para outras regiões de Minas
 

Recuperar e dar mais qualidade às pastagens do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Estes são alguns dos objetivos do Integra Zebu, projeto idealizado pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e desenvolvido em parceria com a Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Ministério de Agricultura. O contrato para a execução do projeto foi assinado em fevereiro, na sede da ABCZ, em Uberaba.  

“Com essa recuperação de pastagens, criam-se novas possibilidades de renda para os produtores rurais, a melhoria da produtividade em campo e, ainda, muitas melhorias ao meio ambiente. É um programa bastante completo que permitirá que os pastos sejam recuperados”, afirma a presidente da Emater-MG, Luisa Barreto. 

“O Integra Zebu é um projeto que a ABCZ enxergou mais longe, pois, nós não podemos ficar somente preocupados com o desenvolvimento da genética. A genética, para ser melhor e expressar todo o seu potencial, tem que ter pastagem de qualidade. E através deste projeto, nós vamos conjuntamente conseguir levar melhoramento genético para as propriedades, conciliando em levar e divulgar o melhoramento das pastagens através da tecnologia de integração para os pequenos, médios e grandes produtores rurais do Brasil”, afirma o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior. 

De acordo com a Emater-MG, o manejo inadequado é uma das principais causas de degradação. A falta de correção do solo, a deficiência na adubação periódica e o estabelecimento inadequado das pastagens também contribuem para este cenário. “Estudos apontam dados preocupantes do ponto de vista da sustentabilidade das pastagens nestas regiões. Em documento publicado em 2015 pelo Ministério da Agricultura e o Instituto Antônio Ernesto de Salvo [INAES], as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba apresentavam cerca de 5,35 milhões de hectares de pastagens, sendo que 81% possuíam, naquele momento, de moderada a alta ocorrência de degradação”, informa o coordenador técnico regional, Gustavo Laterza. 

 

Segundo o coordenador, o Brasil tem 192 milhões de hectares do território em pastagens, sendo que 130 milhões de hectares possuem algum nível de degradação. Laterza explica que as pastagens em condições adequadas trazem benefícios, como: diminuir a pressão em áreas florestais, ampliar a capacidade de lotação de animais na mesma área, aumentar a produção de carne e leite numa mesma área e contribuir com a sustentabilidade da atividade bovinocultura. 

Ações

Na primeira fase do projeto, iniciada em 2020, foram implantadas 14 Unidades de Referência Técnica (URT), em 12 municípios. A Emater-MG, com apoio de parceiros, selecionou as propriedades para implantação das URTs, preferencialmente voltadas para a agricultura familiar ou médios produtores. A unidade servirá como multiplicadora através de dias de campo ou visitas técnicas e, assim, cumprindo papel de divulgação de tecnologias para agricultores familiares e demais produtores rurais. 

“As tecnologias a serem adotadas, através de reforma de pastagem meio de integração, serão definidas por meio de avaliações prévias entre extensionistas, pesquisadores e consultores parceiros do programa”, diz o gerente regional da Emater-MG de Uberaba, Wilson Marajó. 

Uma das unidades fica na propriedade do Reinaldo Nunes Ferreira, no município de Itapagipe, no Triângulo Mineiro. Por dia são produzidos em média 240 litros de leite. Segundo o pecuarista, há tempos ele enfrentava problemas com a pastagem degradada em sua propriedade. 

Tudo mudou com as ações do Integra Zebu. Numa área de quatro hectares, o produtor implantou uma nova pastagem com base no sistema Integração Lavoura e Pecuária (ILP), que visa o plantio consorciado de milho e capim. “O milho vai para silagem, para o volumoso no período de seca. Isso diminui custos e não vai faltar comida de qualidade para o gado. Isso é muito bom para o pequeno produtor”, diz Reinaldo Ferreira. 

Segunda Fase

A partir do Integra Zebu, espera-se a melhoria do desempenho zootécnico e econômico dos rebanhos bovinos, maior produtividade com aumento da competitividade entre os produtores rurais, geração de emprego e renda no campo, oferta ao mercado de carne e leite de qualidade, e a sustentabilidade em harmonia com o meio ambiente.

 

“As parcerias são essenciais para o sucesso do projeto. Cada parceiro cumprindo uma função, cuja soma garante o sucesso em relação aos objetivos. Pesquisa, extensão e financiamento são a combinação destas funções” diz o gerente de Marketing da ABCZ, João Gilberto Bento. 

Para a segunda fase do projeto, que terá início em maio, a meta é a consolidação das ações no Triangulo Mineiro, região piloto, e ampliação do Integra Zebu para outras regiões de Minas Gerais por meio das regionais da Emater-MG.“Tão logo forem apresentados os resultados da primeira fase, durante a Expozebu 2021, iniciamos os trabalhos de implementação da fase 2. A execução sempre seguirá o calendário do ano agrícola”, diz João Gilberto.